Pedagogia
diretiva e seu pressuposto epistemológico
A
aula característica da pedagogia diretiva são as aulas tradicionais que
facilmente podemos ver ao entrar em uma sala de aula dos dias atuais, onde o
professor fala e o aluno escuta, o professor dita e o aluno copia, o professor
decide o que fazer e aluno executa. O autor nos dá então sua reflexão acerca do
comportamento do professor, para ele a atitude do professor revela que ele
acredita que o conhecimento pode ser transmitido para o aluno. Ele, o professor,
acredita no mito da transmissão do conhecimento – do conhecimento como forma ou
estrutura; não só como conteúdo.
O
posicionamento do autor se torna interessante ao não descartar outras
hipóteses, como por exemplo professor ter aprendido que essa é a maneira de se
ensinar. Até porque devemos levar em consideração que nem todo professor é
formado para dar aulas, assim talvez o único modo de dar aula que ele conheça
seja baseado em suas próprias experiências como aluno, logo suas aulas não
poderiam ser de outra maneira.
A
partir de então ter definido a característica da pedagogia diretiva, o autor
passou a tratar sobre a epistemologia que cerca este tipo de pedagogia. Sendo
esta o Empirismo, que é o nome dessa explicação da gênese e do desenvolvimento
do conhecimento. Onde se trata o aluno como uma folha de papel em branco ou uma
tábua rasa. Nesse contexto o professor trata seu aluno como uma tábua rasa não
somente quando ele nasceu, mas frente a cada novo conteúdo. Então, o autor
afirma que a ação do professor, não surge do nada, é baseada em um epistemologia,
na qual o sujeito é totalmente determinado pelo mundo do objeto ou pelos meios
físico e social.
Essa
pedagogia, letimada pela epistemologia empirista, se configura como reprodução
da ideologia, conforme o autor, assim, sendo a reprodução do autoritarismo, da
coação, da heteronomia, da subserviência, do silêncio, da morte da crítica, da
criatividade e da curiosidade.
Assim,
devemos concordar com o autor em sua fala acima, em uma pedagogia onde apenas o
professor é o detentor de conhecimento e ao aluno cabe apenas o papel de
escutar e memorizar quietamente, não se pode esperar nada além da morte do
pensamento crítico, criatividade e curiosidade.
Após
essas constatações o autor relaciona a aprendizagem e o ensino para esta
pedagogia. Assim vemos que ensino e aprendizagem nessa pedagogia são pólos
dicotômicos, onde o professor jamais aprenderá e o aluno jamais ensinará.
Ensino e aprendizagem não são pólos complementares e a relação entre eles não
se faz possível. É o modelo do fixismo, da reprodução e da repetição, onde nada
de novo acontece.
Pedagogia
não-diretiva e seu pressuposto epistemológico
A pedagogia
não-diretiva, segundo o autor, não é muito encontrada nas salas de aulas, já
que o professor irá atuar como um facilitador, auxiliando os alunos à organizar
e complementar os conhecimentos que já possuem, irá despertar o interesse dos
alunos desde que o professor interfira o mínimo possível, pois é o aluno que
decide o que e como fazer, acredita-se que ele aprende por si mesmo e que já
nasce com o conhecimento programado na sua herança genética, devendo apenas ser
estimulado e exercitado, de modo que este possa ser potencializado.
Como o conhecimento já nasce com o indivíduo, àquele que
apresenta dificuldades de aprendizagem, ao meu ver, é rotulado como incapaz, já
que o seu não desenvolvimento é explicado por uma herança hereditária, a qual
não pode ser suplantada.
Pedagogia
relacional e seu pressuposto epistemológico
Em uma aula, cujo professor adota a pedagogia relacional,
podemos perceber que ocorre a exposição de materiais, os quais devem ser
significativos para os alunos, já que serão estudados por estes. Após o estudo,
incube ao professor explorar o material, fazendo perguntas, apontando diversos
aspectos que cabe ao que foi apresentado. Por fim, os alunos poderão realizar
apresentações relacionadas ao que foi trabalhado.
Todas as etapas de ações descritas acima, são adotadas
pelo professor pois ele acredita que o conhecimento só será gerado se o aluno
agir e problematizar a sua ação, ou seja, o material trabalhado tem de ser
significativo para o aluno, de um modo que ele consiga refletir a respeito
deste.
Ao
contrário da pedagogia diretiva que acredita que o aluno é tabula rasa, a
pedagogia relacional considera que o aluno sempre possui uma bagagem de
conhecimento, a qual serve de patamar para que este continue a ser construído.