Resumo do artigo: Afetividade: Por uma Educação humanizada e humanizadora
Educar para a humanização tem
por objetivo pensar e agir fundamentando-se em princípios éticos responsáveis,
determinações políticas interventivas, criatividade estética sensibilizatória.
Sendo função da escola formar cidadãos pensantes, críticos e atuantes, a aprendizagem deve ser condiderada como um
processo interativo, dinâmico e consequente entre sujeito/sujeito e
sujeito/conhecimento. O ensino baseado em práticas humanistas propõe convocar a
escola e a educação, seus agentes e interlocutores, abertos à formação da
consciência crítica e da participação política solidária.
É fundamental para uma educação
humanizada e humanizadora induzir a necessidade de rever os métodos,
procedimentos pedagógicos que, muitas vezes não vão além dos conteúdos
escolares e o processo pedagógico à dimensão cognitiva, esquecendo-se de que o
homem é um ser, cuja intelectualidade e emoção fundem-se trazendo implicações
no desenvolvimento educativo. Devemos pensar na educação indo além da
transmissão e apropriação de saberes conceituais.
As interações que ocorrem no
âmbito escolar são pontuadas pela afetividade e é fundamental estimular a busca
de mecanismos que viabilizem uma mediação afetiva e mediadora, uma vez que a
afetividade habilita a pessoa a olhar para o outro, valorizando-o e instigando
elementos como a autoestima, fator essencial para a aprendizagem e,
consequentemente, ao desenvolvimento das potencialidades do sujeito.
Dessa maneira, entende-se a
escola como um espaço de reflexão, fomentando discussões acerca de sua função
no movimento de construção e transformação da sociedade, empenhada no
compromisso de ampliar o alvo de abrangência pedagógica, atingindo elementos
sólidos na proposta da constituição integral da pessoa, como sujeito de si
mesmo e da sociedade.
Uma pedagogia
afetiva, que tem por foco que o aluno seja um ser que pensa e sente
concomitantemente, não sugere uma educação passiva e sim uma educação em que a
relação entre os envolvidos seja de respeito, confiança e cumplicidade. Assim,
concorre também o exercício da autoridade do professor e sua atitude
educacional no sentido de uma análise crítica sobre as relações moralistas,
preconceituosas, discriminatórias e autoritárias.
Um dos papéis
do professor deve ser de se sentir responsável pelo aluno. Se o aluno se sente
importante, atraído e acolhido pela escola, inserido em um espaço em que se
estabeleça limites e responsabilidades, haverá uma grande possibilidade de se
sentir seguro e desenvolver um comportamento recíproco de respeito. É muito
importante, que o educador se preocupe em promover relações cooperativas entre
os educandos, tendo assim a consciência de seu papel de facilitador da
aprendizagem; rompendo com posturas tradicionalistas; priorizando relações que estimulem a
aprendizagem como uma ação prazerosa, e que possa o aluno exercer, já no espaço
escolar, sua participação cidadã.
Deste modo,
contribuir afetivamente com os alunos é não se portar com indiferença à
presença e às diversas manifestações dos mesmos. É trabalhar em para a
constituição do ser humano no sentido de que venha a se desabrochar em todos os aspectos; é transitar nas diferenças
e compor estratégias de ação educacional não somente na premissa de que o
indivíduo seja futuramente um eficiente profissional no mercado de trabalho,
mas alguém que perceba a porta de oportunidades que a escola e a vida podem lhe
oferecer em todos os sentidos.
Entendendo que
o ser humano é um conjunto de realidades e potencialidades, imbuído de valores
incalculáveis, capacitado a construir coletivamente um mundo mais humano e mais
afetivo, fica claro a necessidade de que se incorporem à educação estratégias
de ação que se contemplem dinâmicas de autoconhecimento, inserindo assuntos de
interesse aos alunos e atividades intencionadas, na busca da construção da
autonomia para que possa crescer como pessoa empenhada a empreender o próprio
futuro.
A família
também tem seu papel que, reunida a outros segmentos da sociedade, forma a
grande teia social, proporciona à criança a estrutura de um caráter positivo ou
não, sendo norteadora das condições necessárias ao desenvolvimento da criança.
Assim, fica claro a importância da presença da família na vida escolar do
aluno, pois é nela que o mesmo encontra pré-requisitos para a aprendizagem e
referenciais de identificação. No entanto, muitas vezes a família tem se
omitido da responsabilidade de educar e instruir seus filhos, transferindo tal
responsabilidade à escola. Uma vez que a escola também contribui
significativamente à formação da personalidade do indivíduo é necessário a
articulação entre família e escola, e que a família esteja inserida no contexto
educacional no sentido da compreensão da verdadeira função da educação escolar.
É mais fácil
amar o ser inteligente, responsável, o “dito normal” pela sociedade, o que não
discute regras e o que não contraria nossos conceitos. É mais fácil amar o
sujeito passivo e educado. Refletir sobre práticas afetivas exige
sensibilidade, um coração generosamente humano, desprovido de violência e
preconceitos que degradam relacionamentos. Requer contemplar o “ser real” e não
“ideal”. Em uma sociedade, cujo cenário traz como discurso o individualismo, e
a competição impera nos relacionamentos, torna-se urgente educar com
afetividade, trazendo à tona sentimentos e tantos valores esquecidos.
Enfim, para
uma educação afetiva é necessário que professor, família, escola e alunos
compreendam seu papel e percebam a relevância que cada um possui. A educação
afetiva promove a construção do cidadão, pensante, crítico e por isso cada vez
se torna mais necessária nas escolas.
Referência do artigo
SPAGOLLA, R. Afetividade: Por uma educação humanizada e
humanizadora. Jacarezinho: UENP, 2015.
Um resumo denso, de acordo com o texto lido, trazendo elementos para reflexões acerca do papel da educação e, por conseguinte, do professor, frente a um mundo em constante transformação. Muito bom!
ResponderExcluirUm resumo denso, de acordo com o texto lido, trazendo elementos para reflexões acerca do papel da educação e, por conseguinte, do professor, frente a um mundo em constante transformação. Muito bom!
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