segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Resumo do artigo: Afetividade: Por uma Educação humanizada e humanizadora



Educar para a humanização tem por objetivo pensar e agir fundamentando-se em princípios éticos responsáveis, determinações políticas interventivas, criatividade estética sensibilizatória. Sendo função da escola formar cidadãos pensantes, críticos e atuantes,  a aprendizagem deve ser condiderada como um processo interativo, dinâmico e consequente entre sujeito/sujeito e sujeito/conhecimento. O ensino baseado em práticas humanistas propõe convocar a escola e a educação, seus agentes e interlocutores, abertos à formação da consciência crítica e da participação política solidária.
É fundamental para uma educação humanizada e humanizadora induzir a necessidade de rever os métodos, procedimentos pedagógicos que, muitas vezes não vão além dos conteúdos escolares e o processo pedagógico à dimensão cognitiva, esquecendo-se de que o homem é um ser, cuja intelectualidade e emoção fundem-se trazendo implicações no desenvolvimento educativo. Devemos pensar na educação indo além da transmissão e apropriação de saberes conceituais.
As interações que ocorrem no âmbito escolar são pontuadas pela afetividade e é fundamental estimular a busca de mecanismos que viabilizem uma mediação afetiva e mediadora, uma vez que a afetividade habilita a pessoa a olhar para o outro, valorizando-o e instigando elementos como a autoestima, fator essencial para a aprendizagem e, consequentemente, ao desenvolvimento das potencialidades do sujeito. 
Dessa maneira, entende-se a escola como um espaço de reflexão, fomentando discussões acerca de sua função no movimento de construção e transformação da sociedade, empenhada no compromisso de ampliar o alvo de abrangência pedagógica, atingindo elementos sólidos na proposta da constituição integral da pessoa, como sujeito de si mesmo e da sociedade. 
Uma pedagogia afetiva, que tem por foco que o aluno seja um ser que pensa e sente concomitantemente, não sugere uma educação passiva e sim uma educação em que a relação entre os envolvidos seja de respeito, confiança e cumplicidade. Assim, concorre também o exercício da autoridade do professor e sua atitude educacional no sentido de uma análise crítica sobre as relações moralistas, preconceituosas, discriminatórias e autoritárias.
Um dos papéis do professor deve ser de se sentir responsável pelo aluno. Se o aluno se sente importante, atraído e acolhido pela escola, inserido em um espaço em que se estabeleça limites e responsabilidades, haverá uma grande possibilidade de se sentir seguro e desenvolver um comportamento recíproco de respeito. É muito importante, que o educador se preocupe em promover relações cooperativas entre os educandos, tendo assim a consciência de seu papel de facilitador da aprendizagem; rompendo com posturas tradicionalistas;  priorizando relações que estimulem a aprendizagem como uma ação prazerosa, e que possa o aluno exercer, já no espaço escolar, sua participação cidadã.
Deste modo, contribuir afetivamente com os alunos é não se portar com indiferença à presença e às diversas manifestações dos mesmos. É trabalhar em para a constituição do ser humano no sentido de que venha a se desabrochar em  todos os aspectos; é transitar nas diferenças e compor estratégias de ação educacional não somente na premissa de que o indivíduo seja futuramente um eficiente profissional no mercado de trabalho, mas alguém que perceba a porta de oportunidades que a escola e a vida podem lhe oferecer em todos os sentidos.
Entendendo que o ser humano é um conjunto de realidades e potencialidades, imbuído de valores incalculáveis, capacitado a construir coletivamente um mundo mais humano e mais afetivo, fica claro a necessidade de que se incorporem à educação estratégias de ação que se contemplem dinâmicas de autoconhecimento, inserindo assuntos de interesse aos alunos e atividades intencionadas, na busca da construção da autonomia para que possa crescer como pessoa empenhada a empreender o próprio futuro.
A família também tem seu papel que, reunida a outros segmentos da sociedade, forma a grande teia social, proporciona à criança a estrutura de um caráter positivo ou não, sendo norteadora das condições necessárias ao desenvolvimento da criança. Assim, fica claro a importância da presença da família na vida escolar do aluno, pois é nela que o mesmo encontra pré-requisitos para a aprendizagem e referenciais de identificação. No entanto, muitas vezes a família tem se omitido da responsabilidade de educar e instruir seus filhos, transferindo tal responsabilidade à escola. Uma vez que a escola também contribui significativamente à formação da personalidade do indivíduo é necessário a articulação entre família e escola, e que a família esteja inserida no contexto educacional no sentido da compreensão da verdadeira função da educação escolar.
É mais fácil amar o ser inteligente, responsável, o “dito normal” pela sociedade, o que não discute regras e o que não contraria nossos conceitos. É mais fácil amar o sujeito passivo e educado. Refletir sobre práticas afetivas exige sensibilidade, um coração generosamente humano, desprovido de violência e preconceitos que degradam relacionamentos. Requer contemplar o “ser real” e não “ideal”. Em uma sociedade, cujo cenário traz como discurso o individualismo, e a competição impera nos relacionamentos, torna-se urgente educar com afetividade, trazendo à tona sentimentos e tantos valores esquecidos.
Enfim, para uma educação afetiva é necessário que professor, família, escola e alunos compreendam seu papel e percebam a relevância que cada um possui. A educação afetiva promove a construção do cidadão, pensante, crítico e por isso cada vez se torna mais necessária nas escolas.


Referência do artigo



SPAGOLLA, R. Afetividade: Por uma educação humanizada e humanizadora. Jacarezinho: UENP, 2015.

2 comentários:

  1. Um resumo denso, de acordo com o texto lido, trazendo elementos para reflexões acerca do papel da educação e, por conseguinte, do professor, frente a um mundo em constante transformação. Muito bom!

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  2. Um resumo denso, de acordo com o texto lido, trazendo elementos para reflexões acerca do papel da educação e, por conseguinte, do professor, frente a um mundo em constante transformação. Muito bom!

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